Quando aconteceu a tragédia em Brumadinho-MG, na semana passada, me lembrei da canção “Sobradinho”, um grande sucesso de Sá e Guarabyra, de 1978.
O trecho inicial “o homem chega/já desfaz a natureza/tira gente, põe represa/diz que tudo vai mudar” me veio imediatamente.
A canção surgiu por motivos diferentes (o projeto da Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, e a construção da barragem no rio São Francisco, que alagou as cidades citadas na música e expulsou os moradores ribeirinhos), mas também versava sobre a ganância do homem.
Procurei entre os sertanejos se alguém também já havia tratado do assunto ambiental com tons mais críticos.
Há uma canção recente de Zezé di Camargo e Luciano, chamada “Seca Verde”, que sugere que as águas do São Francisco salvem as regiões de seca no Nordeste, mas trata-se de um texto mais poético do que de protesto.
A grande canção que me ocorreu foi mesmo “Planeta Azul”, de Chitãozinho e Xororó, que deu nome ao disco de 1991.
Embora muita gente tenha a impressão de que o assunto “meio ambiente” se tornou popular recentemente, as críticas aos rumos do planeta não são nada novas.
Na canção, escrita por Aldemir e Xororó, há referências ao aquecimento global, desmatamento e a outras pautas ambientais.
Vale a pena relembrar.