O ano de 2018 já vinha chegando ao fim quando “Atrasadinha”, de Felipe Araújo, decidiu decolar.
Produzida por Blener Maycom, a canção tomou novas proporções quando foi cantada, de maneira divertida, pelo jogador Vinícius Jr, do Real Madrid.
A mistura de sertanejo com pagode, gravada por Felipe com participacão de Ferrugem, funcionou imediatamente com o público.
Blener já havia testado alguns limites e acertado alguns meses atrás. Na tentativa de trazer de volta Humberto e Ronaldo ao topo das paradas, sabendo que a dupla precisava de um chacoalhão no repertório, o produtor apostou em um arranjo extremamente simples e popular em “Não fala não pra mim”, que a dupla gravou ao lado de Jerry Smith.
O resultado positivo lembrou o que o produtor já havia feito com João Neto e Frederico ao unir a dupla com Kevinho, desconhecido no meio sertanejo na época.
Blener passou o ano com destaque nas paradas tanto de rádio quanto digitais. São dele, além de “Atrasadinha” e “Não fala não pra mim”, as produções dos últimos lançamentos de Naiara Azevedo, que se consolidou após o boom recente do sertanejo feminino, Diego e Arnaldo, uma das principais da Sony Music, e Gabriel Diniz, que a cada ano funde mais seu forró com sertanejo.
O sucesso de “Atrasadinha” (Diego Barão/Leo Brandão/Wynnie Nogueira), lançada pela Universal Music, é uma espécie de reafirmação de que as pessoas estão cada vez mais abertas a misturas e novidades.
“Eu sempre apostei muito em inovação, sempre pensei em trazer novidade para o público e o sertanejo permite essa abertura, não é um povo de cabeça fechada. O brasileiro gosta muito de pagode, é um dos nossos estilos mais populares, e a parceria do Felipe com o Ferrugem me permitiu fazer algo novo”, diz Blener.
A entrada de “Atrasadinha” no repertório do cantor não foi das mais simples.
“Eu tenho uma casa de composições aqui e o compositor mostrou pra mim, mas eu não dei muita atenção durante a audição, mas a gente sabe que música tem endereço, né? Um amigo meu, Alessandro Queiroz, que gostava da música decidiu ir atrás do Vanucci (Rafael Vanucci, sócio de Felipe) e ficou insistindo pra que ele ouvisse, e o Vanucci acabou gostando”.
Depois de gravada, a música ainda não era a unanimidade.
“Quando chegou o momento de decidir a música de trabalho, tinha uma outra música ganhando dela, uma preferência meio que de todo mundo, mas o Felipe em especifico queria essa, ele não tinha dúvida. Algumas pessoas tinham receio por ser um pagode, mas o Felipe tava bem convicto, admiro isso nele”.