O que esperar para 2016 na música sertaneja
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O que esperar para 2016 na música sertaneja
O que esperar para 2016 na música sertaneja

O resultado extremamente positivo das mais tocadas do ano passado, publicado aqui na segunda-feira, nos dá uma perspectiva animadora: o sertanejo continua a ser, sem nenhuma concorrência, o gênero musical a se investir. Tanto em artistas quanto em festas. Mesmo com a situação pela qual passa o país, com as pessoas gastando menos, o dinheiro pra acompanhar os shows do artistas preferidos continua sendo reservado.

Há quem argumente que rádio é resultado apenas de injeção de dinheiro, mas não é correta e nem honesta a afirmação. É claro que se trata de um trabalho planejado de investimento, mas ninguém gasta com o que não há retorno. A importância da rádio ainda segue em alta, sendo o principal veículo a influenciar musicalmente o brasileiro. E não adianta citar Jorge e Mateus, pois eles são a exceção que confirmam a regra, e não um exemplo fácil de ser seguido.

É importante notar que o mercado está cada vez mais aberto. Entre as 75 músicas sertanejas das 100 primeiras, há 42 artistas diferentes. Os números corrigem um equívoco muito repetido sobre o domínio dos grandes escritórios. Eles são importantes, influentes, mas não formam um cartel. Há a concorrência, a corrida pra chegar na frente, mas ninguém tem poder para barrar quem trabalha direito.

Exemplo mais nítido não há: entre as 10 músicas mais tocadas do ano, há uma de Henrique e Diego e outra de Bruno e Barreto, duplas que não fazem parte de nenhum mega-escritório musical.

Abaixo, os artistas que apareceram no Top100.

Luan Santana, Henrique e Diego, Henrique e Juliano, Victor e Leo, Bruno e Marrone, Eduardo Costa, Marcos e Belutti, Bruno e Barreto, Lucas Lucco, Thaeme e Thiago, Cristiano Araújo, Jads e Jadson, Zezé di Camargo e Luciano, Jorge e Mateus, Matheus e Kauan, Zé Felipe, Leonardo e Eduardo Costa, João Bosco e Vinícius, Fernando e Sorocaba, João Neto e Frederico, Munhoz e Mariano, Zé Neto e Cristiano, Bruninho e Davi, Gusttavo Lima, Fred e Gustavo, George Henrique e Rodrigo, Loubet, Conrado e Aleksandro, Israel e Rodolffo, Michel Teló, Paula Fernandes, Fiduma e Jeca, Cleber e Cauan, Ricardo Barbosa, Edy Britto e Samuel, Cristiano Araújo, Humberto e Ronaldo, Thiago e Graciano, Carreiro e Capataz, Marília Mendonça, Kleo Dibah e Rafael, (Chitãozinho e Xororó em participação com Paula Fernandes).

A saturação, na qual tanta gente aposta há anos, não deu sinais em 2015. Para mais um ano, a palavra-chave continua a mesma: renovação. Todo ano, há 10 anos, aparece um nome novo, com um sucesso pra incomodar quem está lá em cima. Enquanto isso acontecer, o bom desempenho do gênero está garantido.

Sobre artistas

Para 2016, por exemplo, interessante acompanhar como Henrique e Diego vão tocar o barco depois do principal hit da carreira, assim como Bruno e Barreto. Um dos passos mais difíceis, que é acertar em cheio uma música, eles conseguiram, e agora vem um outro passo difícil, que é achar um caminho para a continuidade.

Vale a pena olhar para a Workshow, empresa que cuida de Henrique e Juliano. O escritório tem em mãos três produtos que deram as caras em 2015 prometendo muito e com boa repercussão (Marília Mendonça, Maiara e Maraísa e Zé Neto e Cristiano), mas como administrar três nomes em ascensão, além de Henrique e Juliano? É o desafio.

Uma das possíveis respostas são os festivais. Já foi anunciado, por exemplo, que o “Festeja Goiânia” vai ter todos os artistas do escritório, formato já testado no mercado.

Além dos festivais “Villa Mix”, que continuam agora com a presença de dois produtos do Nordeste além dos sertanejos (Safadão e Coleguinhas), o “Festeja” segue de pé, o “Loop360º” deve ganhar maior projeção após ter virado DVD, e há o papo de que a Brahma pretende fortalecer o “Valley”, quem sabe até realizando eventos em outras cidades além de São Paulo.

Teremos também três projetos especiais na praça: o “Cabaré”, que vai ganhar sua segunda edição (ainda não está decidido em qual semestre será gravado); a união de Chitãozinho e Xororó com Bruno e Marrone, que ganhará um DVD provavelmente em abril; e o “Lendas”, projeto que reuniu Milionário e Marciano. Pra quem é de fora e tem preguiça de ver como o mercado funciona, esses três projetos são mostras de como até mesmo os consagrados estão se movimentando pra disputar com o pessoal mais novo.

Um desejo: está provado que não existe mais o papo de “esse tipo de música não rola mais”. Há artistas cantando os estilos de sertanejo mais diferentes e fazendo sucesso. Um perfil que ainda não pegou de jeito, porém, mas que só depende de um empresário bom aparecer, é a dos jovens “brutos”. Fazer o que foi feito com Jads e Jadson, mas com uma geração mais nova, como Mayck e Lyan, de talento indiscutível, e Lucas Reis e Thácio, duplas de grande qualidade que precisam só de uma cabeça boa iluminada.

Por enquanto, é isso. Fecho o texto com um vídeo da segunda dupla, pra quem ainda não conhece.