Acompanhei, na última sexta-feira, o novo show da Paula Fernandes no Citibank Hall, em São Paulo.
Era apenas a segunda apresentação da nova turnê, iniciada uma semana antes em Belo Horizonte. Logo, ajustes ainda serão feitos, mas já dá pra fazer uma análise legal.
Estou de parabéns por ter chegado atrasado e perdido a abertura, mas pus a culpa no trânsito de São Paulo e me senti melhor.
As apresentações da Paula sempre foram o assunto mais discutido sobre a carreira dela (entre as pessoas que querem falar sobre assuntos profissionais, e não sobre a vida ou a roupa dela).
Já disse aqui algumas vezes que o termo “tem que” me incomoda. O show tem que ser mais animado, a apresentação tem que ser mais pra cima, as músicas tem que ser mais agitadas e por aí vai.
Por mais que eu entenda o argumento, também preciso lembrar que se todos os artistas seguirem padrões semelhantes em seus shows, teríamos um cena sem criatividade e padronizada, o que é das piores coisas pra um estilo que historicamente é eclético. Além do fato de a reclamação de que “tudo está muito igual no sertanejo” ter sido uma das que a gente mais fez nos últimos anos.
A nova turnê, chamada de “Um Ser Amor”, traz algumas mudanças bem claras. O investimento no conteúdo visual do LED é o que mais chamou a atenção. Produzido pela HIT e pensado pela Paula em conjunto com a empresa, as animações são de muita qualidade. Se o show precisar ser feito em um palco menor ou em um lugar simples, sem muitos recursos, só o conteúdo exibido por trás da cantora já dá uma impressão muito boa.
Outro ponto a citar é que ela é cada vez mais adepta do microfone auricular (aqueles que ficam presos ao rosto), deixando as mãos livres. Ela sempre os usou, mas não dessa maneira.
Quando não está com o violão, ela foca nos movimentos da mão, como se estivesse em uma peça de teatro. Cito “teatro”, pois ela me pareceu bem mais expressiva, em relação a movimentos ensaiados, do que nas turnês anteriores. Tudo bastante combinado com o conteúdo apresentado no painel.
Em relação as trocas de roupa, assunto que sempre surge, o “problema” segue resolvido (já não havia mais na última turnê). O conteúdo do LED se encarrega de entreter o público enquanto ela se troca.
E realmente, de acordo com o que ela havia declarado, o show está longe de ser uma adaptação do DVD. Na realidade, pouco tem a ver com o DVD.
Como disse lá no começo, assisti ao show em uma casa fechada, com a melhor estrutura disponível, com meses e sem imprevistos.
Abaixo, uma imagem mais aberta que mostra um elevado no palco, local em que ela fica durante todo o show.
*Fotos: Lucas Spinardi
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