-Dois palcos principais?
O Palco Esplanada sempre foi conhecido como secundário. No entanto, esse ano, com o Villa Mix realizado nele, a organização aproveitou para investir em tornar o local em uma espécie de “segundo palco principal”.
Para isso, foram escalados para o Esplanada Paula Fernandes, César Menotti e Fabiano e Rionegro e Solimões, além de Jorge e Mateus e Gusttavo Lima.
A aposta teve resultado interessante, já que mesmo concorrendo muitas vezes com as montarias e até com shows no Estádio, os nomes mais conhecidos conseguiram arrastar um grande público ao Palco.
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-A Programação
De acordo com Cássio Leite, responsável pela escolha dos shows da Festa, a edição de 2013 teve “a melhor programação dos últimos 10 anos”.
A declaração não parece exagerada. Após seguidos anos com críticas pesadas por conta de shows sem nenhum sentido em dias importantes, como artistas consagrados de samba, pagode e até mesmo a inexplicável presença de Mariah Carrey, a aposta foi dar a mesma atenção a gerações diferentes de sertanejos.
Jorge e Mateus com Gusttavo Lima no primeiro sábado, e Chitão e Xororó com Bruno e Marrone no segundo. Disputa de peso, tendo a música como principal vencedora.
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-Villa Mix
A Festa de Barretos errou ao deixar que um Festival fosse realizado em sua casa? Ouvi “sim” de várias pessoas, mas não concordo. O evento mais tradicional de música sertaneja abriu as portas para o festival mais bem sucedido da atualidade. Achei uma das grandes sacadas do ano, que resultou em grande mídia e imenso público.
A noite do evento trouxe ainda uma novidade inusitada: Jorge e Mateus e Gusttavo Lima fizeram dois shows cada. Um no Estádio, como convidados da Festa, e um no palco Villa Mix, como participantes do Festival. A experiência repercutiu tão positivamente que já vai ser pensado, para o ano que vem, dois shows de um artista em uma mesma noite. Um em cada palco, claro.
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-O sumiço dos outros gêneros musicais
Outros estilos foram limados dos dias importantes e dos palcos tradicionais em 2013. Não houve nenhuma atração principal em dia nobre que não fosse sertaneja.
As exceções são justificáveis, já que o Naldo, que participou do Villa Mix, faz parte do escritório Audiomix, e o Catra, que acabou fazendo quase um show completo, faria apenas uma participação, mas ficou mais tempo no palco por causa de uma mudança de última hora na programação (a dupla Zé Ricardo e Thiago não conseguiu chegar para o show).
O axé e o pagode nunca foram tão ausentes. O público que gosta de defende o rodeio, comemorou. Vale citar que os artistas andam abrindo um espaço preocupante para o funk em seus repertórios, mas acredito que seja passageiro.
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-Bruno e Marrone com Chitãozinho e Xororó
Queria que todos que gostam de sertanejo pudessem ter visto o show. Foi o encontro de duas vozes indiscutíveis, admiráveis, que enchem de orgulho quem defende a música sertaneja. Bruno, com todo o talento acima do normal que possuiu, olhava pro Xororó com aquela cara de “como esse cara canta assim?”.
A apresentação foi em um nível tão alto que não parece ter durado duas horas. Como escrevi aqui no domingo, na história de apresentações épicas da Festa, um capítulo dos mais emocionantes foi escrito. O show ainda pode ser conferido no vídeo abaixo, apesar de o som não estar legal. Ao menos, é um registro. Quem quiser, baixe logo, pois deve ser tirado do ar em breve.