Estou em Cabo Verde, na África, acompanhando a primeira viagem da Paula Fernandes ao continente.
Ela se apresentou ontem (30) na Ilha do Fogo, em Cabo Verde, hoje toca na cidade de Praia, na Ilha de Santiago, no mesmo país, e viaja amanhã para Angola, onde faz mais duas apresentações na capital, Luanda.
Glamour e dinheiro não são os motivos que trazem artistas até aqui. Grande parte vem com intenções de ajudar de alguma forma, e segundo a própria Paula, sua intenção também foi essa: “O convite surgiu do contratante que faz nossos shows na Europa. Quando ele sugeriu o show, a gente achou muito interessante. Eu pus na minha cabeça e falei com minha equipe que eu só viria se eu pudesse ajudar de alguma forma, e foi isso o que aconteceu. Foi feita uma negociação e uma parte do que a gente arrecadar nos países daqui, vão ficar por por aqui.
Eu tenho me engajado muito no Brasil em alguns projetos como as ONG ‘s de equoterapia e na voltada para o câncer de mama. Chega um momento na vida de um artista que parece que a gente sente necessidade de ajudar, e eu estou muito focada nisso.”
A Ilha do show de ontem tem cerca de 40 mil habitantes, mas o local exato da apresentação, uma cidade chamada São Filipe, é um vilarejo de cerca de 8 mil pessoas.
É nítida a falta de infraestrutura urbana, mas o contraste com a beleza natural e com a educação do povo é de impressionar. Horas antes do show, as quase 7 mil pessoas presentes no evento se separaram em duas filas, longas e demoradas, separadas em homens e mulheres. Sem nenhum princípio de confusão ou reclamação.
Durante o dia, antes do show, Paula saiu pra conhecer alguns pontos da cidade e fazer fotos.
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O Show
De acordo com a organização do evento, foi a primeira vez que Cabo Verde recebeu um show de um artista em evidência em seu país de origem. Geralmente quando artistas de nome fazem show por aqui, são aqueles já consagrados e que já tiraram o pé do acelerador.
Paula é conhecida por aqui. Ao menos três músicas tocam bastante: “Eu sem você”, “Não precisa” e “Pra você”. Hoje, 1º de maio, é “Dia do Município”, então as ruas ficaram lotadas mesmo após o show (só como comparação, algumas partes da cidade lembram Ouro Preto-MG).
A cenografia teve de ser reduzida por conta do tamanho do palco, um pouco menor do que de costume, mas a estrutura funcionou 100%. Há uma imagem que, acredito eu, seja muito significativa, da parte de trás do palco. Olhando pela frente, nem parecia o mesmo local.
Paula fez o show completo, desceu do palco, andou naquela área protegida pela grade, e fez aquele número em que escolhe duas pessoas para sentar ao seu lado durante uma música.
Durante a semana, eu escrevo mais sobre a África, inclusive sobre as músicas sertanejas que tocam aqui pela rua. Relembrando o que eu disse na abertura, Paula se apresenta hoje em Praia, ainda em Cabo Verde, e segue amanhã para Angola, onde faz dois shows em Luanda.