Gustavo Mioto e a força de um sobrenome
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Gustavo Mioto e a força de um sobrenome
Gustavo Mioto e a força de um sobrenome

O principal contratante do meio sertanejo, Marcos Mioto, decidiu no ano passado lançar um artista. Tratava-se de seu filho, Gustavo Mioto, de 16 anos.

Logo que a informação se espalhou, muito se comentou sobre o que o empresário estaria disposto a fazer – e até a que ponto seria capaz de ir -, para tornar o filho sucesso.

Gustavo Mioto e a força de um sobrenome

No início da semana, Gustavo lançou música nova de trabalho acompanhada de um clipe, “Fora de Moda”, que pode ser visto ao final do texto.

Como a grande curiosidade ainda reside em como o cantor será colocado no mercado, já que é filho de quem é, resolvi conversar com o próprio Marcos Mioto.

A conversa, que traz também algumas impressões dele sobre a realidade atual da música sertaneja, pode ser conferida abaixo.

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Você tem total conhecimento do mercado, vê tudo o que acontece por trás e sabe como é difícil bancar e lançar um artista. Por quê você acha que o Gustavo tem condições de ganhar espaço em um meio tão complicado?

Realmente, bancar uma carreira hoje é para poucos e é difícil principalmente quem é iniciante no meio da música. É por isso que muitos investidores (empresários bem sucedidos de outros ramos), iludidos com o glamour que o show business oferece, entram de cabeça no negócio e na maioria das vezes se decepcionam. Na realidade, são tão bem sucedidos em seus negócios que esperam do show business a mesma rapidez ou eficácia que encontram no dia-a-dia de suas empresas, mas na prática não é assim. Ainda bem que devido a essas decepções, o cenário tende a mudar pelo menos em parte.

No caso do Gustavo Mioto, estamos falando de um filho de músico (família de músicos) que já vem sendo preparado profissionalmente e psicologicamente, com uma estratégia de quem já vive o meio há mais de 20 anos. Sempre deixando bem claro que diante de tudo isto não quer dizer que vai ser sucesso, mas vamos tentar pelos meios certos.

Você é contratante e amigo de muitos artistas. Se você pedir uma força pra vários deles, sabe que a resposta vai ser positiva. Como você pretende administrar essa relação e aproveitar o seu nome pra abrir espaço pro Gustavo?

Eu estou neste ramo há 20 anos, e minha amizade com os artistas não se baseou simplesmente em comprar muitos shows, afinal, no meu início eu nem comprava tanto show assim e a maioria dos artistas daquela época (anos 1990) ainda são grandes amigos. Outro fator importante é que nunca usei da amizade com os artistas para aproveitar de nada, a não ser o que fosse algo bom para ambos, tipo pedir pro Bruno (Marrone) ligar no dia do aniversário de prefeito em meu nome ou colocar o Daniel falando na minha caixa postal do celular (eu deixava cair na caixa, os prefeitos ligavam e ouviam, aumentava minha moral e eu vendia mais show do Daniel).

Não acho uma postura correta sair pedindo ajuda para os artistas, acredito que tudo vai ter sua hora. Mesmo assim, muitos amigos já nos brindaram com o presente de se colocar a disposição para ajudar. Fiquei muito feliz com isso e na hora certa vamos fazer. Quero que o Gustavo conquiste seu respeito por ele mesmo, leve o tempo que for, afinal ninguém aqui está desesperado por nada.

O Gustavo tocou em bandas durante dois anos e meio, profissão que você também seguiu antes de começar a vender shows. Você acha que apesar de ser novo ainda, a base musical que ele conseguiu é suficiente?

Eu toquei em banda de baile durante 10 anos, trabalhei em rádios, toquei em lanchonetes e muito mais pra sobreviver. O Gustavo começou a tocar violão com 7 anos, logo coloquei ele em conservatório musical. Aos 12 anos pus em uma banda de baile viajando o Brasil todo, tocando bailes do Havaí, formatura, entre outros. Eram 8 bailes por mês, 5 horas por noite.

Tenho certeza que os dois anos e meio foram de extrema importância pra sua carreira, digo pela experiência, dificuldades, alegrias e decepções que viveu, afinal eu nunca fui viajar com ele, deixei ele se virar nos 30 mesmo, sentir na pele todas as dificuldades.

Musicalmente o sertanejo está em um momento de muita discussão, há muitas opiniões divergentes sobre o que é bom ou ruim. Qual é o estilo do Gustavo? Quem vai ser o público dele?

Eu acredito que o sertanejo continua sertanejo, somente foram adaptados novos formatos de arranjos, novas formas de falar de amor, ou de falar de corno, ou de ser machão ou durona, como dançar ou até como chegar pra namorar ou pra pegar. Não existe uma dupla ou cantor ou cantora deste movimento que não ouviu, chorou, sorriu, sonhou ouvindo os grandes ícones de nossa musica sertaneja.

Quando você pergunta pra ele qual é o estilo dele, ele te responde “fazer música boa”. Na verdade, o Gustavo Mioto tem seu estilo próprio com base sertaneja, ele cresceu no meio dos ídolos viajando comigo em shows nestes anos todos, e acabou conhecendo além dos sertanejos, bandas pop, axé, samba e pagode.

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Abaixo, o clipe de “Fora de Moda”, dirigido pelo Jacques Jr.