Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe que o Trio Parada Dura é meu nome preferido da música sertaneja. Por isso mesmo fiz questão de estar em Goiânia ontem pela noite, no mesmo dia em que cheguei do Japão, pra prestigiar o DVD em homenagem aos 40 anos do Trio.
Além da homenagem em si, o encontro de diversos artistas, todos amigos, valia ser conferido.
Participaram Leonardo (organizador ao lado da Talismã), César Menotti e Fabiano, Eduardo Costa, Bruno e Marrone, Di Paullo e Paulino, Cristiano Araújo, Adair Cardoso e até o Amado Batista, que foi apenas acompanhar a gravação, mas que a acabou participando do encerramento.
Para que as coisas não saíssem do controle e o projeto se descaracterizasse, o produtor musical escolhido foi César Augusto, acostumado a lidar com artistas de todos os tamanhos, além de dominar o estilo romântico característico do Trio.
A abertura contou com um vídeo recheado de artistas consagrados que não puderam estar presentes. Zezé e Luciano, Chitão e Xororó, Daniel, Jorge e Mateus e por aí vai. O Trio, formado pelo Parrerito, Creone e Xonadão, abriu o show cantando “Telefone Mudo”.
O repertório, claro, pode ser debatido. Daria pra colocar uma dezena a mais de músicas e tirar algumas, mas é algo muito pessoal. Além das participações (confira o repertório no final do texto), o momento mais especial da noite foi a homenagem a Barrerito, algo que não poderia de forma alguma ficar de fora. Foi feito um pot-pourri de “Onde estão os meus passos?” e “Morto por dentro”, canções tristes do repertório solo do cantor, quando já havia ficado paraplégico por conta do acidente de avião.
O show foi nostálgico e o DVD também vai ser. Passa uma sensação estranha de que, por mais que o público cante todas as músicas a todo gás, o sertanejo talvez nunca volte a ser algo perto do que o Trio produziu.
Não sei se vai ser o maior ou melhor DVD sertanejo já feito, nem há pretensões para isso isso, mas sem dúvida entrará na lista dos mais prazerosos.
No encerramento, cantando “Blusa Vermelha”, todos os convidados estiveram no palco. Pra quem não conhece muito a história do Trio, talvez tamanha homenagem não faça muito sentido, mas pra quem sabe o que ele representou, foi uma passagem emocionante e muito significativa.
Aos que perguntam sobre o problema envolvendo a marca “Trio Parada Dura”, a resposta é que a briga segue na justiça. O vídeo de divulgação do evento, por exemplo, que foi postado no blog anteontem, foi retirado do ar (por isso não foi possível assistí-lo aqui). A página do Facebook feita recentemente para o Trio, também.
Até mesmo o evento ficou em vias de ser embargado, mas a questão foi contornada. Tudo por problemas envolvendo a marca. Há um outro Trio, liderado pelo Mangabinha, que não pretende liberar ou compartilhar o nome.
As fotos da postagem são do Rubens Cerqueira.
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Repertório:
Telefone mudo
Castelo de amor
Luz da minha vida/ Último adeus (com Bruno e Marrone)
Parada Dura/Passa lá
Barco de Papel/Homem de Pedra (com Di Paullo e Paulino)
Pé na bunda
Heróis da madrugada/Me mata de uma vez (com Eduardo Costa)
Doença louca (ciúmes)
Fui um bobo/As Andorinhas (com Adair Cardoso)
Onde estão os meus passos/Morto por dentro (Homenagem ao Barrerito)
Sincero Amor/Distante dela (com César Menotti e Fabiano)
Tô que tô na dela/Chá de picão
Bicho bão é mulher/O Doutor e a Empregada (com Cristiano Araújo)
Te amo
Cordão de ouro/Cruz Pesada (Leonardo)
Morreu o dia/Avião das 9
Fuscão preto/Arapuca
Blusa Vermelha (todos os convidados)