Faleceu, na madrugada desta sexta-feira (4), o cantor Tinoco, aos 91 anos. Ele teve insuficiência respiratória seguida de parada cardíaca.
Um dia após se comemorar “o dia do Sertanejo”, a música sertaneja perdeu um dos nomes mais importantes de sua quase centenária história.
Aos 91 anos, Tinoco ainda trabalhava. Na última quarta-feira (2), ele gravou o programa da Inezita, gravação que ficará para sempre.
No próximo domingo, dia 6, ele se apresentaria na “Virada Cultural” de São Paulo.
Em 2010, durante a gravação do DVD de Renato Teixeira com Sérgio Reis, quando perguntei brincando se a aposentadoria estava próxima, ele respondeu que nunca iria parar de cantar, e que era o artista mais velho do mundo a fazer shows. Sempre de bom humor, independentemente de sua situação.
Como amplamente divulgado pela imprensa, os últimos anos de Tinoco não foram dos mais fáceis. Com a descoberta do câncer de sua esposa, dona Nadir, que faleceu em setembro de 2010, o cantor teve de pedir ajuda publicamente, rifar bens próprios e expôr sua condição pouco privilegiada para conseguir bancar o tratamento.
Alguns artistas se uniram para ajudá-lo, e o Hospital de Câncer de Barretos tratou de Dona Nadir.
Mesmo tendo o auge nas décadas de 1940/50, época em que as cifras não eram tão altas, Tinoco dizia que chegou a ganhar dinheiro, mas que não havia a cultura de ficar guardando, então ele dava a amigos e ajudava os outros sem muito se preocupar se iria sobrar.
Tinoco era o senhor de cabelo branco que lembrava nossos avôs. Tinha a fala caipira, pura, e sorriso fácil.
Que no dia de hoje, em que se foi um dos grandes responsáveis da nossa história, todos os que vivem da música sertaneja possam parar e pensar um pouco no rumo que as coisas estão tomando.
Ficam a voz, as canções, e o eterno “queee beleeeeza”.
___
Tinoco recebeu algumas homenagens interessantes, mas talvez a mais emocionante tenha vindo de Roberto Carlos, durante a gravação do especial “Emoções Sertanejas”, em 2010, ano em que completou 90 anos de idade e 75 de carreira.