Na década de 1960, estimulados pela campanha excessivamente otimista dos militares, milhares de famílias saíram do campo e foram para a cidade, atrás de uma melhor condição de vida.
De fato, havia oportunidades nos grandes centros, mas não para todos.
O “êxodo rural”, nome dado a essa troca massiva do campo pela cidade, foi uma dentre as várias consequências do Golpe Militar de 1964.
E essa consequência refletiu diretamente nos rumos da música sertaneja.
Quem conseguiu melhor traduzir o sentimento de frustração foi Goiá, compositor de “Saudade da Minha Terra”, gravada em 1966 por Belmonte e Amaraí.
Goiá nasceu em Coromandel, mudou-se para Goiânia, onde ganhou nome, e partiu para São Paulo, cidade na qual compôs sua principal canção.
Enquanto ainda se cantava as belezas ou dificuldades da vida no campo, e os lamentos amorosos começavam a ganhar destaque, o compositor apostou na sensação de arrependimento que se abatia sobre grande parte das ex-famílias rurais e escreveu: “De que me adianta viver na cidade/ Se a felicidade não me acompanhar?”.
Criou uma tendência, e inúmeras canções do estilo começaram a surgir, mas nenhuma jamais chegou perto de “Saudade da Minha Terra”.
Um pouco dessa história citada acima foi relatada no especial que a MGTV (Globo Minas) fez sobre Goiá, citado aqui meses atrás.
Todas as reportagens desse especial estão no YouTube, e vou linkar uma por uma para que vocês possam conferir (parte 1 – parte 2 – parte 3 – parte 4 – parte 5)
Aos que nunca ouviram a versão original de “Saudade da Minha Terra”, segue a baixo a gravação de Belmonte e Amaraí.
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