Uma turnê sertaneja na Europa
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Uma turnê sertaneja na Europa
Uma turnê sertaneja na Europa

Uma turnê sertaneja na Europa

Na última semana, a dupla João Bosco e Vinícius cantou em Madri, Londres, Lisboa e Porto, nessa ordem, de quinta até domingo.

As noites de sábado e domingo (Londres e Lisboa), como sempre, foram as que mais chamaram a atenção. O HMV Forum, em Londres, lotou. A disposição do público é muito parecida com a do Credicard Hall, em São Paulo.

No sábado, em Lisboa, a festa foi interessante pelo fato de que, assim como acontece nos rodeios, havia muita gente presente também pela festa, e não exclusivamente pelo artista. Foram cerca de 4 mil pessoas. Nessa apresentação, realizada em um ginásio de esportes, havia a maior proporção de estrangeiros entre todos os shows.

Os shows não são como no Brasil, os espaços são menores, o público é menor, mas mesmo assim, essas apresentações sertanejas no exterior têm ficado cada vez mais frequentes.

Fato é que muitos apostam no grande número de imigrantes brasileiros, que formam um mercado consumidor de sertanejo aparentemente interessante, mas que ainda não se traduziu em grandes lucros a ninguém.

Para os cantores, que na maioria das vezes não recebem o que receberiam em um show no Brasil, vale o investimento de tempo para que o currículo cresça, que o nome seja mais forte e que se crie alguma mídia por conta dos shows internacionais.

Para os empresários contratantes, trata-se de um investimento alto, sem a intenção de retorno financeiro a curto prazo, mas com a ideia de que esse mercado estrangeiro venha a se tornar muito rentável.

No texto que fiz sobre o show de Madri, João Bosco declarou que achava muito interessante cantar de forma mais próxima do público, como acontecem em boates, algo que a dupla já não faz pelo menos desde 2006. Por mais de uma vez, durante os quatro shows, a dupla comentou que se sentia feliz por resgatar essa proximidade das pessoas que acaba diminuindo a cada vez que o sucesso cresce.

Vale ressaltar que é bastante nítida a satisfação dos artistas em ver que a carreira conseguiu chegar tão longe.

O responsável pela turnê de João Bosco e Vinícius na Europa foi Joselito Cerqueira, que é um dos contratantes importantes na entrada da música sertaneja no Rio de Janeiro, dono da Candelabro Eventos.

Ele admite que se trata unicamente de investimento, e explica o que se espera dessa aposta na Europa.

“Um show fora do Brasil é uma questão de posicionamento do artista. Nós colocamos a dupla pra cantar nesse ou aquele lugar, e a partir daí, começa um trabalho que se vislumbra pros próximos anos. Obviamente, a conta não bate, todos sabem que é um investimento. Tocamos agora, ano que vem a gente marca outra turnê, e no outro ano também. O projeto passa a ser parte da carreira do artista, assim como qualquer festa grande do país. Esse ano ainda, já há negociações para shows de outros artistas, então acaba se criando um costume, abrindo um mercado, que trará retorno nos próximos anos”.

As duplas sertanejas atualmente não pretendem gravar discos em outras línguas. No ano retrasado, Victor e Leo gravaram um álbum em espanhol, mas pouco tempo depois admitiram que investir na carreira internacional significaria abrir mão de todo o trabalho conquistado no país.

A exceção vai ser a gravação de João Bosco e Vinícius de “Chora, me liga” em espanhol. Como a música é sucesso em alguns países da América do Sul, a dupla vai aproveitar o momento e lançar sua própria versão.

O trabalho no exterior ainda levará um bom tempo até começar a dar o retorno desejado, mas ele está sendo feito. Contra o alto gasto que uma turnê dessas tem, estão experiências como show de Lisboa, com trânsito e muita gente na fila para entrar.

Ainda nesse primeiro semestre, Daniel se apresenta na Europa. No segundo semestre, será a vez de Michel Teló.