Entre a crítica e a implicância
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Entre a crítica e a implicância
Entre a crítica e a implicância

Li, ontem, a coluna de estreia do Zuza Homem de Mello, um dos críticos musicais mais conhecidos e respeitados do país, no Correio Popular, jornal aqui de Campinas.

Zuza, diferentemente de vários críticos renomados, reconhece toda a rica história da música caipira.

O problema é quando ele fala da música sertaneja das últimas décadas. É dele, por exemplo, a seguinte frase: “Um compasso do João Gilberto vale muito mais do que toda a obra do Zezé di Camargo”.

Essa coluna de estreia que acabei de citar, fala sobre Juraildes da Cruz, vencedor do Prêmio da Música Brasileira como melhor cantor de 2009.

Em uma parte do texto, ao falar do estado de Goiás, ele divide a música local em duas. Uma do norte, outra do sul. Segue abaixo o trecho que nos interessa.

“O do Sul sofre influência da modinha e da música mineira tendendo para o conceito generalizado de música sertaneja. Seria de se esperar que a obra das duplas goianas seguissem essa tendência, mas não foi exatamente o que aconteceu com algumas delas, como Leandro e Leonardo (depois reduzida a este último) e Zezé di Camargo e Luciano, sempre bem-vindos nas festinhas pretensiosamente autências do poder da Capital Federal. Seu foco obstinado é banalizar a relação entre homem e mulher, justamente o que é mais solicitado pelo mercado de consumo mais débil, o que lhes vale tamanha exposição na mídia”.

Não gostar do estilo musical, e até considera-lo a pior coisa do mundo, é uma questão de direito, cada um acha o que quiser.

Dizer que o “foco obstinado é banalizar a relação entre homem e mulher, justamente o que é mais solicitado pelo mercado de consumo mais débil”, já soa o desrespeito, apesar de haver muita gente que compartilha da ideia.

Implicância, só.