Conversando recentemente com um amigo sobre o Daniel, ouvi a seguinte frase: “O Daniel deve ser um cara que tá sempre ralando, porque é complicado apresentar alguma novidade depois de tanto tempo de carreira”.
Voltei pra casa pensando nisso um tempo e vi que o raciocínio fazia muito sentido. Daniel já fez dupla, cantou solo, lançou CD, DVD, estrelou filme, novela, apresentou programa de TV (Xuxa) e será jurado de uma atração Global pelo segundo ano seguido. Como é que um cara desses vai fazer, com um currículo dessa extensão, algo novo que consiga chamar a atenção?
Como ele faz eu não sei, mas ontem ele conseguiu dar início a mais uma página na sua história pessoal. Quando se anunciou que o novo DVD dele seria um “musical” pra comemorar 30 anos de carreira, a maioria imaginou que seria um show com alguns números de dança e etc, algo que lembraria bastante o DVD anterior, “Raízes”.
O que ninguém esperava é que ele fosse fazer de fato um musical nos padrões do teatro, com atores, dançarinos, cantores e toda uma estrutura nunca utilizada por um sertanejo em toda a história.
Daniel
Daniel ficou acompanhado, quase que o show todo, por um ator mirim (Matheus Braga) que o interpretou durante sua infância.
O enredo é baseado na vida do cantor, começando menininho em Brotas, passando pela formação da dupla João Paulo e Daniel, pelo sucesso da parceria, pelo falecimento do João Paulo, até a consagração do Daniel artista-solo-romântico.
Poucas músicas foram cantadas inteiras. Como a ideia era ir contando a história a partir dos seus sucessos, apresentar trechos das canções deixou tudo bem mais dinâmico e interessante. O repertório completo pode ser conferido ao final da postagem.
O ponto que mais rendeu comentários e discussão foi quando a morte do João Paulo foi lembrada. Daniel poderia ter feito aquelas homenagens cheias de foto, com uma música triste no fundo e com aquele ar de dramalhão mexicano. Percebi que havia muita gente esperando por isso.
A escolha foi outra. As luzes ficaram baixas e os telões mostraram uma tempestade. Daniel parou por alguns segundos na frente do palco e, em vez de emendar a previsível e já manjada “Canção da América”, preferiu uma canção em inglês: “Bridge over troubled water”, do Simon e Garfunkel, que traz uma mensagem de superação pra quem está enfrentando uma grande tristeza (a tempestade no telão tem relação com a letra). Quem não se lembra da música, há uma versão famosa gravada por Chitão e Xororó chamada “Corpo e Alma”.
Não quero me estender muito para o texto não ficar cansativo, então aproveito a ajuda do programa divulgado antes da apresentação. Como pode ser visto nas duas imagens abaixo, o espetáculo foi dividido em 2 atos. Voltei de madrugada do show e tirei duas fotos com o celular. Amanhã cedo eu escaneio certinho pra ficar mais fácil de ler.
Hoje, dia 25, acontece a segunda noite de gravações. Para hoje, há venda de ingressos. Ontem foi apenas para convidados.
Três notinhas:
-No início, um dos momentos mais legais foi do menino que interpretou o Daniel (Matheus Braga) aprendendo a fazer segunda voz com o pai (o menino é muito bom, atualmente está no musical do “Rei Leão”).
-Dentre os 16 atores, um deles ficou responsável por fazer o papel do João Paulo (Rafael Machado).
-Durante o show, eu não havia entendido muito bem a colocação da música “Fricote” no capítulo “Solo”. Olhando aqui a discografia dele, vi que ele regravou a música em um DVD ao vivo já na carreira solo. Suponho que esse seja o gancho.
–Repertório, lembrando que boa parte das músicas tiveram apenas alguns trechos apresentados.
Romaria – Poeira da Estrada – Saudade da Minha Terra – Solidão de Amigos – Desejo de Amar – Rosto Molhado – Só dá você na minha vida – Hoje eu Sei – Eu me amarei – Que Dure Para Sempre – Estou Apaixonado – Te amo cada vez mais – Bridge over troubled water – Ela tem o dom de me fazer chorar – Tocando em frente – Adoro amar você – Um dia de domingo – Eu amo amar você – Quando o coração se apaixona – Fricote – Dengo – A Jiripoca – Meu mundo e nada mais – Pra ser feliz – Esperança – Os amantes – O menino da porteira – Disparada – Nos bailes da vida – Tantinho