O caminho do ostracismo tem volta?
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O caminho do ostracismo tem volta?
O caminho do ostracismo tem volta?

A carreira de um artista é feita de altos e baixos, e não há mal nenhum nisso. O grande problema é quando acontece de os baixos se tornarem uma constante, deixando o sucesso como algo do passado.

Em uma entrevista exibida há uns 10 anos, mais ou menos, o Daniel disse a Marília Gabriela que o grande medo dele era de ser esquecido. Zezé até hoje diz coisa parecida.

Cair no ostracismo não é só mais terrível do que perceber que o retorno ao sucesso provavelmente não vai acontecer. Saindo um pouco do sertanejo, quem acompanhou o último BBB deve ter reparado que havia uma angústia em alguns participantes que já haviam passado pelo programa, que provavaram o gosto de ser paparicados, e logo tiveram o choque de voltar ao “mundo real”.

Resolvi tocar no assunto ao ler as notícias de que os grupos Twister e Rouge voltaram. Se não foram sucessos estrondosos na década passada, fizeram muito barulho, lotaram shows e reuniram uma legião considerável de fãs, quase que exclusivamente jovem. Ambos tocaram muito em rádio.

Eram produtos pré-fabricados, sim, o que não difere tanto de várias duplas ou cantores surgidos nos últimos anos. A diferença, ao que me parece, é que nós temos um mercado, e no caso dos dois grupos, era cada um por si. Diversos integrantes tentaram carreira pós-grupo, mas ninguém se destacou.

O meio artístico, especialmente o musical, é cruel. Já citei aqui o histórico desfavorável a duplas que se separam e decidem voltar.

Quem quiser, pode ouvir a música nova do Twister abaixo. Claro que não tem nada a ver com sertanejo, mas tem a ver com o tal do mercado “pop” que atualmente é dominado por nós, e vale a reflexão.

Você fica se perguntando o que eles pretendem com essa música, quem eles querem atingir, quais são os objetivos…

Cito o grupo porque acredito que isso possa se repetir com muita gente do sertanejo que, daqui uns 10 anos, vai tentar um retorno e ficar naquele estreito limite entre o sonho de um novo sucesso e a vergonha alheia. Na verdade, quem reparar bem, deve perceber que isso já vem acontecendo.