O cantor Leonardo lançou, no início do mês, seu novo CD, “Nada Mudou”.
Gravei com ele o “Cowboy Nativa” ontem, e aproveitei pra pegar alguns depoimentos exclusivos aqui pro blog.
Falei com Leonardo sobre Eduardo Costa e Paula Fernandes, cantores que ele ajudou a revelar, sobre o sucesso que músicas nordestinas estão fazendo nas vozes de sertanejos, e sobre o futuro dele como cantor.
Leonardo revelou que daqui dois anos, aos 50 de idade, pretende “tirar o pé do acelerador” e passar mais tempo na fazenda.
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–Músicas regravadas do Nordeste
Desde a época com meu irmão, 15, 20 anos atrás, a gente já gravava compositores nordestinos, gravei muita coisa. Uns cinco anos atras, comecei a gravar Edu e Maraial, uma dupla do Nordeste que faz essas músicas mais animadas. Quem faz isso também é o Zezé di Camargo. E o pessoal novo hoje descobriu isso e tá dando certo. Na verdade, nós estamos só fazendo o que fazem com a gente. Por exemplo, eu acabei de gravar um disco, tem uma semana, e já lançaram meu CD todo em forró lá em Fortaleza.
-E isso te incomoda?
Que nada, eu acho é bom. Eu não me incomodo com nada. Tudo que é feito acaba divulgando a gente, então eu nunca fui contra. Também nunca fui contra a internet, nunca tive o papo ‘nossa, não me põe na internet’. Bixo, me põe onde quiser, eu sei que hoje ninguém consegue ficar escondido, a não ser que você dê uma de Bin Laden, soca dentro dum buraco e manda tampar com terra. Só se você virar tatu. A mídia estraga sim por um lado, mas por outro acaba te ajudando muito.
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–Paula Fernandes
Quando a gente levou a Paula pro nosso escritório, muita gente ria da gente no começo, ninguém acreditava em mulher cantando sertanejo. Nós apostamos no carisma, na beleza, que é uma beleza diferente, e na voz, principalmente na voz. Nós pegamos ela, começamos a trabalhar por fora, levei ela em programas de TV comigo, e foi começando a aparecer de pouquinho.
E ali no Roberto Carlos foi quando o Brasil conheceu ela mesmo. Até antes do Roberto Carlos, a gente vendia show dela por uns 13, uns 15 mil reais. Esse ano, disparou (o cachê de Paula varia de R$150 a R$250).
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–Eduardo Costa
Eu já conhecia o trabalho do Eduardo e gostava muito. A gente conversou e engatilhou dele entrar na Talismã (empresa na qual é sócio). Com nossas amizades em rádio e TV, conseguimos trabalhar e estourar o Eduardo. Pra mim, hoje, cantor fenômeno é o Eduardo Costa. É um cara que quase não aparece na mídia, tem pouca mídia televisiva, e já tem 70 shows vendidos pro ano que vem. O moleque é um fenômeno.
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–Fazenda
Quando eu trabalhava na roça com meu irmão, nosso pai sempre dizia “quem compra terra, nunca erra”. Vou te dizer que quase todo o dinheiro que eu ganhei, eu coloquei em terra e em gado. Tenho uns imóveis, mas foi quase tudo em terra. O gado sempre salva o cara do aperto. Eu tenho ido uma vez por mês pra fazenda só, por causa da agenda cheia.
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–Pausa?
Esse ano eu vou fechar com 133 shows. Pra um artista com 30 anos de carreira é muito bom, mas a agenda fica muito corrida. Eu tô com 48 anos de idade. Quando eu fizer 50 anos, se Deus permitir eu chegar até lá, eu quero tirar o pé do acelerador, ir pra fazenda e curtir um pouco daquilo que eu conquistei.