O meu Rock in Rio
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O meu Rock in Rio
O meu Rock in Rio

Durante todos os dias de Rock in Rio, o pessoal mais ligado em sertanejo no Twitter fez muita brincadeira e pegou gosto por comparar o evento com as festas sertanejas.

Tirando as brincadeiras, sempre válidas, me propus a escrever sobre o Rock in Rio com a visão de quem vive no ambiente sertanejo. Estive no encerramento, ontem, que teve Guns N’ Roses como atração principal, e a seguir vão minhas considerações.

-O evento me pareceu bem menor do que a televisão mostrava. Se for pensar mesmo, cem mil pessoas não chega a ser algo absurdo, se comparado a algumas festas sertanejas. A organização me pareceu melhor do que a noticiada durante as duas últimas semanas. Talvez por ser o último dia, as coisas estavam mais bem organizadas. Cheguei tarde (21h), assisti ao System of a Down e Guns N’ Roses quase com a mão na grade da frente do palco, e achei a fila do Bob’s relativamente tranquila.

Fui também ao Rock in Rio de 2001, que se não me falha a memória, tinha o dobro da capacidade de público. E até hoje a desorganização daquele ano me impressiona (pelo menos no dia em que eu fui). Muito melhor diminuir o público, como fizeram, e dar uma estrutura melhor, né? Tem muita festa sertaneja que peca pela ganância da bilheteria.

-Pelos shows nacionais, deu pra ver algumas coisas semelhantes ao que aconteceu com algumas duplas dos anos 1990, com bandas que simplesmente não conseguem emplacar nada há anos, vivem dos sucessos que emplacaram em poucos anos de mídia, principalmente quando a MTV ainda ditava moda. A diferença é que o sertanejo conseguiu se renovar, criar novas gerações (ajudadas por um circuito de festas imenso e profissional, fundamental pra essa renovação), algo que o pop/rock no Brasil tem muita dificuldade pra fazer.

-Olhando o evento pelo palco Sunset, nota-se que existe um tipo de música no Brasil que é conhecida por um número muito pequeno de pessoas, e a imprensa força um pouco a barra. É como se fosse um mundo paralelo tratado como a “nova música brasileira”. Só falta apresentá-la aos brasileiros. Não vou comentar aqui escalação das bandas por não ser minha praia, mas minha ideia é semelhante a do Lúcio Ribeiro, do Popload, aqui do UOL.

-Ponto positivíssimo foi que os convidados/celebridades ficaram num lugarzinho mais organizado, sim, mas longe do palco. Tem festa que insiste em colocar os VIP’s, que muitas vezes não fazem ideia de quem está tocando, em puxadinhos na frente do palco, em lugares melhores do que quem paga pra assistir. Fazer média com artista/patrocinador faz parte, mas bem melhor que seja feita sem atrapalhar quem gastou dinheiro.

-Já tinha comentado o assunto aqui, mas reitero que qualquer artista sertanejo que topasse participar do evento iria de bobo-alegre. Seria vaiado gratuitamente. Por mais que Claudia Leitte e Ivete tenham mega-shows, não vejo motivo pra fazer tanta questão de participar do evento.

-Só pra citar uma parte mais curiosa, um grupo de pessoas resolveu dançar “Ai, Se Eu Te Pego” pouco antes do show do Guns. Como o público de ontem não era tão radical assim, teve gente que dançou junto.

Pra quem acompanhou o Rock in Rio, saiu um balanço bem bacana do evento (leia aqui).