Que a qualidade da música sertaneja atualmente não é das melhores, todos estão cansados de saber. Só que por outro lado, criticar fica fácil, se ninguém apresenta nada muito diferente do que se tem por aí hoje.
É justamente isso que se espera, para o próximo mês, do novo CD de Bruno e Marrone.
Após uma enxurrada de críticas pelo CD “Sonhando”, que trouxe repertório e arranjos mais adaptados com a atual realidade, nem mesmo os fãs conseguiram esconder certa decepção. Apesar de dizer que o número de shows aumentou de 2010 para 2011, a dupla já lida bem com o fato de o disco não ter sido bem aceito.
De olho em um projeto diferenciado, após um bom período de discussão, a dupla deixou o novo trabalho nas mãos do produtor Dudu Borges, conhecido por seus recentes projetos bem sucedidos ao lado de Jorge e Mateus e João Bosco e Vinícius.
Na última sexta-feira, em Barretos, conversei com o Bruno sobre o novo trabalho, e se é possível esperar que, assim como em 2001, eles lancem um trabalho novo capaz de mexer novamente com o rumo da música sertaneja.
A expectativa, muitas vezes negada por ele na conversa, é alimentada pelo próprio escritório da dupla, que divulgou a imagem abaixo na semana passada. Ao fim da entrevista, um trecho da nova música, “Juras de Amor”, que será lançada na próxima segunda-feira (29).
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Universo Sertanejo: Há uma grande expectativa sobre o novo CD de vocês, até mesmo o trabalho de divulgação da nova música tem utilizado a frase “O romantismo está de volta”. Vocês estão voltando a fazer o que sempre se espera de vocês?
Bruno: Olha, não é fácil assim falar da gente mesmo. Nós não estamos voltando a ser Bruno e Marrone, a gente sempre teve nosso estilo, e não é porque um CD é um pouco diferente, como foi esse nosso último, que a gente perdeu nossa característica principal. A gente sempre cantou musica romântica e isso tá bem forte nesse CD. Por mais que muita gente critique nosso último CD (Sonhando, 2010), nós nunca fizemos tantos shows. Sei que isso não responde tudo, mas é bom falar que nós continuamos rodando o Brasil todo como sempre.
US: É do nível dos melhores trabalhos de vocês?
B: Ele é do nível do CD de 2001 e do “Inevitável”. Na verdade, o de 2001 era uma boa coletânea de música sertaneja, e o “Inevitável” era de inéditas, foi um disco impressionante. Esse segue essa linha, com canções inéditas e uma ou outra versão. Tem tudo que a gente gosta no CD, com composições bem escolhidas.
US: Você acha possível conseguir mexer novamente com o mercado sertanejo a partir de um suposto sucesso do novo CD?
B: Daquela vez que a gente surgiu, em 2001, nós éramos uma dupla nova aparecendo pro grande público. Não sei se tem como estourar duas vezes, repetir o que a gente fez, mas é claro que eu gostaria que acontecesse se fosse possível. O CD é diferente do que se está fazendo por aí, porque tem mais a nossa cara, então talvez surpreenda algumas pessoas. Eu e o Marrone não temos intenção nenhuma em surpreender quem quer que seja, a gente só quer fazer o melhor trabalho possível. Mas se der pra tornar a música sertaneja melhor, eu ficaria muito feliz.
US: Vocês conseguiram deixar de lado o novo mercado pra pensar nesse CD novo?
B: Olha, cara. Chegou um momento, um tempo atrás, que eu parei e percebi que não sabia o que gravar. É terrível, bicho. Um mercado louco, um monte de gente aparecendo, estourando uma música e sumindo. Aí a gente teve que pesar as coisas e lembrar que a gente não precisa entrar nessa loucura, só precisamos continuar com nosso trabalho. A loucura tá muito grande, aparece gente que não sabe nem o que tá fazendo, então a gente decidiu fazer o nosso melhor sem ficar olhando muito pro lado.
US: Você diz que não tem intenção de surpreender ninguém, mas sim fazer o melhor trabalho possível. Que reação você espera das pessoas ao ouvir o novo repertório?
Eu espero que elas gostem, que nossos fãs gostem. Não me considero salvador de nada, mas sei que a gente vai salvar o ouvido de muita gente.
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